sexta-feira, 4 de maio de 2012

Insofrido


Não começou com cordialidades. A partida vera veio com os primeiros tragos. Posso fumar aqui? Cadê minha brejeira? E falar de si não foi diferente de falar dos outros (será?). Entendo, conheço, sei ... cabrochas virgens ? quero é fumar. Para cá e para lá, sempre sorrindo e a se coçar. Incontido como o excesso de tragos. E a cada assunto, a cada cigarro, a cada gole, a cada sorriso, um estridente grito do vazio de sua vida. Quando se conhece de tudo,  e pouco se tem. As horas a passar, os sorrisos a diminuir. Para lá e para cá, com a mesma frequência dos tragos. O tempo a se esgotar, os gritos a aumentar. O frio da solidão desespera até o mais duro dos homens. A tarde a se findar e o mundo temporariamente esquecido a se aproximar. Mais tragos de cigarro e de cachaça. Tentativa vã de mudar o inevitável. A hora chegou antes da aceitação. Despedidas escondendo um pedido... SOCORRO!

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