Sozinho... atrepado em meio à confusão de barulhos. O ontem
tão diferente do hoje, e tudo dentro de um mesmo recipiente. Condutas certas a
serem adotadas, valores consonantes com o seu momento. O ambiente é
inteiramente propício ao foco. Saber mais, querer mais, entender mais,
respeitar mais. E quando olhou para o espelho, percebeu que o maior alarde da
vida é saber que a solidão das escolhas condiciona o acolhimento de amores,
pensamentos e fraternidades. E o tempo a rugir ...
REFÚGIOS DOS MEUS EUS
terça-feira, 2 de outubro de 2012
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
MESA
Como com muitas coisas do mundo, se você procura futilidades você as encontra. Naquela noite
elas também eram sinônimo de diversão. Festa Pública, o palco para o desfile do
vazio.
A roupa cara (de tamanho errado) vestindo um corpo deformado
pela academia. A MESA ostentando
garrafas vistosas de whisky e energético , combinação quase que obrigatória
para alcançar a “tal” da aparência. Conversas sobre aquisições materiais
realizadas, e também sobre as desejadas. “Amigos” que se olham com inveja. A
menina que pode se exceder por está ao lado das “tais” pessoas. As danças do
álcool. O desejo de ser lembrado pelo palco. E o pior de tudo ... enxergar que pessoas ao
redor gostariam de está naquela MESA, isso garantiria... A FESTA FOI MUITO BOA. ps: boa do tamanho do mucuim.
terça-feira, 24 de julho de 2012
Corro
Sempre me afligiu as limitações
de nem sempre se poder fugir de situações. Fuga, solução rápida e inconsequente
de problemas diversos. Em um estado de amadurecência, entendo que esse ato
desgarrado, em muito, me serve como prevenção. Supor o ruim e correr para o
outro lado. Não sei se seria menos
grave, uma vez que ainda assim se trataria de fuga. No fim das contas, os problemas
ainda existiriam, existem e existirão. Ainda preferindo a conformidade do
alívio momentâneo do fugir, se esconde em mim a certeza de que problemas só
desaparecem quando nos colidimos com eles ...
terça-feira, 10 de julho de 2012
Cansado
Acordou quando o carro velho rasgou o asfalto. E todo dia,
naquele horário era o mesmo sono. A cadeira de balanço era a única companhia e
os filhos já haviam se recolhido às respectivas casas. O corpo cansado era reflexo de tantos anos de
viver, para muitos “mal viver” (ninguém dura tanto por algo que não valha a
pena). E as histórias, tão valorizadas pelos netos, giravam sempre em torno de
malandragem, mulheres, ensinamentos e costumes. No fim tudo acabava em cú ...
ora píula! Algumas sacudidas no trono de balanço e pronto. Olhos fechados e o
sono de quem vai se cansando de viver.
Cansando ou entristecido por não poder provar mais de algumas coisas
especiais da vida?
domingo, 24 de junho de 2012
Reunião de amigos. Cerveja, boa conversa, sorrisos e entre eles a máscara da satisfação, indumentária que cairia com os lapsos de falta de assunto e com a fixação pelo maldito. Superava o corriqueiro, a frequência com que aquele celular anunciava trivialidades que, acreditem, enchiam o dia dele. Prisioneiro de algo? (mas ninguém escolhe está preso). Não! Aquela era sua opção. Se alguém estava preso, seriam os que se incomodavam com aquela situação e não conseguiam mudá-la. Fraternidades a passar, momentos (daqueles que qualquer um adoraria lembrar) a se esvairem e o que restava da máscara eram sorrisos vazios, posturas neutras e a falta de atenção. Passou ... restou-lhe o conformísmo de que, ao seu modo, participara daquele encontro. Participou?
Outrora
O transcorrer de dias, ao invés de fluir imperseptível, se arrasta. Quando o tempo custando a passar não se relaciona a pressa, é que o pesar da falta é mais intenso. Olhar distante, desconcentração e silêncio impulsionam com naturalidade a frase " Tão calado". Mal sabem que nem ali estou !! Contradizendo a ciência, viajo no espaço e no tempo e deixo os que me rodeiam. Momentos, sensações, gostos ... fácil chegar até minha paz alva. Voltar não me agrada, ainda que seja minha única opção. E a saudade segue iresoluta !
domingo, 3 de junho de 2012
A redoma era todo o carro. Amigos, ou quase isso, conversando sobre futilidades. Talvez não admitissem, mas o mundo fora do carro transcorria e eles pouco se importavam. A luz vermelha pára o carro e não sei de onde surge o anjo atípico. Sem asas, sem branco, sem alegria, sem fé. Surgiu sentado, em meio a risadas do interior do carro, logo abaixo da luz vermelha. Olhar distante, e rosto sofrido. Não se mexeu um instante, e ainda assim foi notado. Quase não o seria, mas foi. Em algum momento entre as falas triviais importantes, foi notado. Quanto da reação ao ter-se percebido tal divindade? " Melhor mesmo é registrar o momento com uma fotografia. Você viu ? Vi sim ... a imagem não ficou legal !!" Desapareceu com a luz verde, cor da esperança.
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